A Cardiologia paliativa é a aplicação dos princípios dos Cuidados Paliativos na abordagem das doenças cardiovasculares. Um artigo do British Medical Journal mostra que a necessidade de Cuidados Paliativos nos estágios avançados das doenças do coração supera a do câncer.
Os Cuidados Paliativos são definidos pela Organização Mundial de Saúde como: “Uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias frente ao problema associado à doença ameaçadora de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação e tratamento impecáveis da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.”
No entanto, uma das barreiras para que os Cuidados Paliativos de excelência sejam oferecidos aos pacientes cardiológicos é o estigmas do termo, conforme revisão publicada por Romano em 2020.
Muitas pessoas associam o termo Cuidados Paliativos a impotência, desesperança e sofrimento. Por isso, alguns autores sugerem a troca do nome Cuidados Paliativos para Cuidados de Suporte ou Cuidados Centrados no Paciente (European Society for Medical Oncology).
Já outros sugerem desconstruir o estigma negativo do termo e trazer de volta a origem nobre dele. O termo paliar vem do latim palliare e significa cobrir com um manto (pallium) proteger.
Assim, para conciliar essas duas visões, podemos ampliar a compreensão do real significado dos Cuidados Paliativos ao mesmo tempo que trazemos a compreensão adequada dos objetivos desse tipo de cuidado.
Exemplos práticos da aplicação dos Cuidados Paliativos na Cardiologia
José sofria de dor no peito que o limitava a dar pequenos passos. Tinha 95% de entupimento de um vaso do coração, sem possibilidade de abordagem.
Fernando tinha falta de ar em repouso, enjoo e inapetência. Estava listado para transplante cardíaco, prestes a sair da fila pelo peso baixo.
Maria teve depressão grave, após ser diagnosticada com uma doença ameaçadora de vida.
Rompeu a aorta – principal vaso que sai do coração – e se viu sem esperança por não poder operar pela idade avançada.
Débora passava mais tempo no hospital que em casa. Internava com frequência para tirar água da barriga. Era portadora de insuficiência cardíaca e renal terminal. Dizia que tudo que queria era passar mais tempo com a família.
Esses são casos da vida real com indicação de Cuidados Paliativos.
E graças aos cuidados paliativos, em todos os casos acima houve muito a se fazer.
José começou a praticar meditação com atenção plena (scanner corporal), tratou sua dor total e passou a fazer pequenas caminhadas. Conseguiu enfim tolerar a reabilitação do coração e esses dias disse feliz que estava até correndo na esteira.
Fernando, controlou os sintomas refratários e ganhou peso. Fez seu plano de cuidados antecipados no preparo para transplante e ganhou o coração esperado.
Maria aprendeu a importância das metas diárias com acompanhamento multidisciplinar. A lesão estabilizou e hoje leva uma vida mais ativa que antes.
Débora, foi inscrita num programa de assistência domiciliar, passou a receber medicamentos na veia em casa. Há 6 meses já não precisa mais internar.
Com essas histórias, vemos a importância dos Cuidados Paliativos na Cardiologia. Referenciar casos como esses para equipe especializada é prover qualidade de vida a quem tanto precisa.
Em nossa clínica, elaboramos um programa personalizado chamado CARDIO HUG Inclui avaliação cardiológica + cuidados paliativos cardiológicos para pacientes com doenças cardíacas avançadas, visando controle de sintomas e vida com qualidade e significado.



